domingo, 18 de setembro de 2016

O nosso Casamento - Parte II ou "Os preparativos!"

Tomada a decisão, a nossa maior preocupação foi com a presença dos convidados. É que vamos ser honestos: Agosto, domingo, com previsão de 40 graus à sombra. Ok.

Começámos a pesquisar o território, para saber se teríamos o quórum necessário para uma festa de tamanha envergadura emocional! "Amigos, estão cá na primeira quinzena de Agosto?" "É o aniversário do Dinis, não marquem nada!" "É cedo, sim, sabemos que faltam 4 meses, mas então... temos que alugar o espaço e aquilo é pelo número de pessoas!" Aldrabões! :)

Mas conseguimos! Tirando amigos de muito muito longe, família que mora fora do país e alguns amigos com trabalhos e horários mais incertos, o Anjo dos Casamentos Surpresa providenciou que ninguém - UAU - estivesse de férias na primeira quinzena de Agosto. Então siga!

Conversámos com o staff da Fun& - adoraram e deram logo montes de ideias!

De seguida, pusemos na mesa o que seria essencial para cada um, para que se pudesse chamar casamento a este improviso: conservador(a) do registo civil, alianças, vestido branco, bouquet, bolo da noiva.

Na segunda-feira seguinte, rumámos à conservatória do registo civil da nossa área de residência, onde fomos informados pela senhora que não celebraria o casamento. Porque era um domingo, porque não é obrigada, e porque isso iria interromper o fim de semana. Ai pois, está certo. Desanimámos um bocado. Ela a tentar convencer-nos a mudar a data (?) nós a explicar o porquê de ter que ser nessa data. É o aniversário do nosso filho. É o único motivo para conseguirmos juntar toda a gente. É surpresa. Ela vacilou, eu deitei uma lagrimita, ela disse que não. Viemos embora quase derrotados. Quase. No dia a seguir, seguimos para Sesimbra, cheios de confiança. Vá, mais ou menos cheios de confiança. Andámos um pouco perdidos no caminho, até encontrar o local. Porque é que em Sesimbra tudo tem que ser em ruas íngremes com estacionamento condicionado? Porquê?! Depois de um estacionamento que trouxe as vizinhas todas à janela, lá fomos a correr esbaforidos para conseguir chegar lá antes das 17h, MAS..... saímos de lá de casamento marcado e com a certeza de que o nosso filho iria deixar de ser um bastardinho! :)

De seguida, tratámos das alianças. De prata, gente, que o ouro está pela hora da morte. Como, mas COMO é que as pessoas se casam, valha-me Deus? Eu queria finas, o marido queria grossas "à homem" --' Tentei encontrar apoio na senhora da ourivesaria, e perguntei se podiam ser diferentes ao que a senhora me responde com calma de padre da paróquia "Então menina, o que é que simbolizam as alianças? A união entre o casal". Murmurei um palavrão em voz baixa e pedimos as alianças grossas, que agora, by the way, adoro ver no meu dedo!

Corri este mundo e o outro à procura de um vestido branco. Nada, mas nada me satisfazia. Queria um vestido branco, simples mas com toque de noiva. Sem rendas, mas com um brilho. No fundo, eu sabia o que queria, ele estava na minha cabeça, e no roupeiro da minha irmã, em Inglaterra. Assim, enchi-me de coragem e pedi-lhe o vestido emprestado, com a desculpa de que seria para usar na despedida de solteira de outra amiga que iria casar. Isto implicou lembrá-la quase dia sim, dia não, para meter o vestido na mala antes de vir, porque a minha irmã é a cabeça de vento original. Mas ele veio! E antes ainda foi lavado pela minha mãe, e toda a gente sabe que roupa lavada pela mãe tem aquele toque e cheiro especiais. Lindo e como eu queria, pronto para o grande dia.

Fui encomendar o bouquet e ia tendo 3 avcs com o preço. Não pude deixar de perguntar o porquê daquela exorbitância e a senhora explicou-me que os bouquets de noiva implicam uma encomenda muuuuito grande de flores, para depois poderem escolher as mais bonitas, e todas iguais, no mesmo tempo de abertura e mariquices que tais. Disse à senhora que este era um casamento simples e diferente, que os convidados nem sabiam que ia acontecer. Depois de responder a perguntas como "Ah, e vai convidar as pessoas para o quê?" "Então mas as pessoas assim aparecem lá de chinelos!!" ou ainda "Então e as prendas? Assim não tem prendas!" lá consegui encomendar um bouquet simples, de flores do dia, mesmo desiguais e imperfeitas, tal com nós e o casamento que iamos celebrar, desde que fossem as minhas preferidas, gerberas vermelhas! E o bouquet ficou a 1/3 do preço, De caminho, encomendei também pétalas de rosa para os convidados atirarem no final da cerimónia. Feito!

O meu irmão do coração, filho do meu padrasto, é fotógrafo, então umas semanas antes pedi com os meus melhores olhos de gato das botas se poderia tirar umas fotos fofinhas do aniversário do sobrinho, para a posteridade. Isto levou-me a marcar uma maquilhagem profissional... posteridade, amigos, posteridade!!

Por fim, encomendámos os bolos à nossa vizinha Liliana, a Pipas de Bolos. Ficaram lindos e uma delícia! O facto de termos só que subir ao 3º andar para os ir buscar foi apenas um bónus.

Os preparativos na véspera foram uma loucura. Perdi o controlo da minha mãe e da minha avó, que fizeram comida como se soubessem que ia haver casamento. Felizmente consegui deixar o Dinis a brincar em casa do primo Gabriel, para podermos ir à Fun& deixar o vestido e as alianças e alinhavar com eles os últimos pormenores, e eles foram incansáveis. Nunca vi pessoas com tanta vontade genuína de ajudar e de que tudo corresse bem. Pensaram em coisas que nós não pensámos. O altar, a decoração do mesmo, veio tudo deles! Depois de cronometrar tudo, o momento de ir trocar de roupa, onde vai ficar o bouquet, quando começa a tocar a música, quando se monta a mesa, não vos vou mentir: Fiz a minha despedida de solteira a saltar no insuflável.

E depois, fomos pra casa dormir. E sonhar com o dia seguinte.














quarta-feira, 7 de setembro de 2016

O nosso Casamento - Parte I ou "A decisão"

Quando estava grávida, sonhei bastante com o dia do primeiro aniversário do Dinis. Fazendo anos a 3 de Agosto, e com o bebé previsto para o dia 5, já tinha tudo planeado na minha cabeça. Não sei se pelo meu cansaço de grávida, a arrastar-me nos últimos meses, pelo calor que se fez sentir ou se por ter ido apenas duas vezes à praia nesse verão inteiro, o meu sonho era ir de férias.

Então, iríamos de férias! Quantas vezes repeti estas frases ao meu marido "Eu, tu e ele, só os 3. Um dia tranquilo, sem stress. Sem convidados, sem chatices. Nós na piscina, um bolito pequeno, cantamos-lhe os parabéns e pronto!" ahahah inocente, não?

A verdade é que a vida deu (boas) voltas, e por motivos profissionais, o meu marido não se pode ausentar de Lisboa no mês de Agosto. Agora é que era, estava feita. Todos os meus planos e as horas passadas a procurar casa de férias, pelo cano abaixo. E pior!! agora teria que haver festa, não havia dúvida!

Nem precisámos procurar muito por um local para a festa. Um querido amigo abriu um playcenter com animadores, insuflável, trampolim e um espaço exterior e interior óptimo, chamado Fun&, em Fernão Ferro, então marcámos logo, com 4 meses de antecedência!

Começámos então a fazer uma elaborada e compriiiida lista de convidados. Crescia todos os dias, a olhos vistos. Queríamos a família connosco, assim como todos os amigos mais queridos! Até que um dia, olhámos um para o outro, e percebemos que estas eram exactamente as mesmas pessoas que um dia iriamos convidar, se algum dia casássemos e..... fez-se luz!! Somos pessoas simples, pessoas chinelo no pé e vamos, pessoas cerveja na mão e carvalhesa aos saltos no Avante, portanto este casamento, simples e despojado, assentava-nos como uma luva. e assim surgiu a ideia de casarmos de surpresa, na festa de aniversário do Dinis!

Queríamos, acima, de tudo, celebrar o nosso amor, com todas as pessoas que mais amamos. Queríamos presença, felicidade, muito amor, muita alegria e abraços! Queriamos algo genuino, nada comercial e ensaiado, e acima de tudo, barato, não dá pra negar :)

Nada de lacas, chapéus de rede, saltos de 10cm, gravatas e afins.

Petiscos, cervejas, chinelos no pé, e vamos lá casar!