domingo, 18 de dezembro de 2016

Na nossa mesa: Cogumelos Recheados

Por cá o almoço suscitava dúvidas. Eu tinha uma alternativa, caso ele, pela primeira vez, virasse a cara. Mas foi comido a cantar e a dar aos pezinhos de felicidade. Ainda não foi desta que descobrimos algo de que ele não goste. Os cogumelos dos papás foram recheados com farinheira e espinafres. O dele fiz assim:

✔ limpei os cogumelos portobello muito bem com papel absorvente. Reza a lenda que não se devem lavar, pois absorvem a água, o que os vai deixar com uma textura muito molenga.
✔Retirei o pé e o interior dos cogumelos e piquei.
✔ num fio de azeite salteei o pé e a "carne" interior do cogumelo.
✔ adicionei meia cougette aos cubos, 2 colheres de sopa de espinafres picadinhos e 3 tomates cherry e deixei cozinhar 5 minutinhos,
✔ juntei 1 colher de chá de queijo creme, para ligar o recheio,
✔ recheei os cogumelos, cobri com queijo mozzarella ralado e levei ao forno a gratinar.



Comeu a sopa a apontar para o segundo prato. Comeu a rir-se o tempo inteiro. Acho que gostou! 😂


quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

A casa não chora!

Ando mais ausente da página e do blog. A vida é sempre assim, não é constante, e quem tem filhos pequenos sabe isto melhor que ninguém. O bebé hoje fica ali quieto e amanhã já rebola. Hoje gatinha e amanhã anda. Hoje é uma fofurinha que anda ao sabor das nossas vontades e amanhã chora porque não quer tomar banho. É assim a vida, muda, e é aceitar e adaptar ou ir à loucura a tentar resistir.

As coisas mudaram um pouco cá por casa. O meu horário de amamentação mudou forçosamente por incompatibilidade com o serviço, e passei a acumular as duas horas de manhã, em vez de sair as duas horas mais cedo. Imaginei eu, triste mulher iludida, que acumular as duas horas (em oposição à outra opção que seria 1 hora de manhã e outra de tarde) iria render muito mais! Na verdade, ainda considero que renda mais, só tenho que melhorar a minha capacidade de selecção das coisas que pretendo fazer de manhã, em vez de acreditar que vou conseguir fazer tudo. É aqui que reside a minha fraqueza: querer fazer tudo!

Neste momento só temos um carro, o que implica que acordo à mesma hora, levo o Dinis à creche e o Pedro à estação, e só aqui perco cerca de 30 minutos. Vou para casa, tomo o pequeno almoço, e depois começam os problemas! Eu quero cozinhar e deixar a cozinha arrumada, limpar o chão, pôr roupa a lavar, limpar o wc, fazer as camas, arrumar roupa, levar o cão à rua, vestir-me e pôr um ar decente em 1h30, tudo enquanto bebo graciosa e tranquilamente um balde de café. Não é fácil e, especialmente, não é possível! É, basicamente, uma receita para o desastre e para a frustração. 

Eu não sou uma pessoa organizada, apesar de fingir bem. Sou a pessoa que começa 6 coisas ao mesmo tempo, vai deixando o rasto espalhado, e quando olho à volta e vejo tudo inacabado, sou incapaz de me controlar - basicamente perco ainda mais tempo a hiperventilar por 10 minutos a decidir se e por onde vou começar a resolver a trapalhada ou se vou antes pegar fogo a tudo. E entretanto tiro mais um café, porque tem mesmo que ser e este é o que definitivamente me vai ajudar a fazer esta bosta toda! 

E isto é só a manhã! Depois vem a tarde. Costumava conseguir orientar algumas coisas à tarde antes de o ir buscar, nomeadamente as compras. A primeira vez que fui buscar o Dinis à creche depois das 17h, tinha tido uma consulta, e fiz o caminho para lá quase em lágrimas. Sou uma maricas, querem o quê? Agora que chego à estação por volta das 17h20, é impensável fazer seja o que for, que não seja pôr o turbo e voar para a creche.

E depois as noites... ai, as noites!!

Estamos a passar uma fase má. O Dinis sempre dormiu bem, com algumas excepções. Doenças, dentes, picos de crescimento e outras coisas pontuais. Era tiro e queda, ia para a cama às 21h e era até ao dia seguinte. Mas ultimamente, acorda 3 a 4 vezes por noite. Chora imenso, uma lamuria sem fim, chama "MAMÃAAAAAAAA" desesperadamente!! A maior parte das vezes vou lá, dou-lhe um beijinho, ajeito-o na cama com o doudou e volta a adormecer. Outras vezes, tenho que dar colinho até se acalmar. Pelas minhas contas temos toda uma série de factores fofinhos a funcionar: pico de crescimento e de desenvolvimento (evolução da fala) e dentes a nascer. Que coincidência de sorte, han?

No meio disto tudo, o cansaço e a desorientação instalaram-se. Andamos cansados, baralhados, irritadiços. Andamos lentos e a tentar encontrar o equilíbrio. No meio disto tudo, olho tantos anos para trás e vejo a minha mãe. Vejo-a desesperada a tentar ter tudo feito, vejo o que eu chamava de "Síndrome de Relatório". Vocês sabem qual é, aquele momento em que acordavam às 11h de sábado e a vossa mãe andava de mangas arregaçadas, a dizer "já fui ao mercado, fiz o almoço, limpei a casa de banho, lavei o carro, bla bla bla bla" - porque a meio da frase ela começava a soar igualzinha à professora do Charlie Brown. E eu encolhia os ombros e revirava os olhos em conjunto com a minha irmã, sem perceber o drama.

Minha querida mãe, se eu soubesse o que sei hoje! As mães são super-heroínas sem capa, com super poderes invisíveis que salvam o dia à família, e que ninguém percebe como. Correm, voam, para o pão ser fresco, para a sopa estar feita, a roupa passada na gaveta, a casa limpa. Fazem tudo não porque têm que fazer, mas porque querem. Porque desejam fervorosamente que esteja tudo bem e que nada falte aqueles que mais amam. E no fim do dia, deitam-se com sentimento de culpa, porque acham que deviam ter passado mais tempo de qualidade com o bebé.

Desde que o Dinis nasceu que eu sinto que no meio do choque inicial, das borboletas, dos sorrisos, do colo, da felicidade, do pânico, e do amor incondicional, ser mãe é uma constante luta interior entre a culpa e a necessidade de perfeição. Quanto maiores as expectativas que pões para ti mesma, mais frustrada e culpada te sentes! E a vizinha tem sempre a casa limpa e cheirosa, a tua amiga tem as unhas e as sobrancelhas arranjadas, a outra amiga nunca tem pilhas de roupa por passar na sala, quando a visitas. Nas redes sociais as mães são perfeitas, vestem roupas muito modernas, têm o baton a combinar com o verniz, as casas são todas em tons pastel e os miúdos nunca têm ranho.

Pois bem. Eu não sou perfeita, e a minha vida tem dias de caos muito semelhante ao eixo norte-sul, em hora de ponta num dia de chuva. Por acaso, pelo meio, sou mãe de um bebé de 16 meses.

Hoje, em conversa com uma amiga, ela disse a frase perfeita, que encaixou como uma luva no que eu estava a sentir: "Não quero saber da casa. A casa não chora!"

Hoje vou-me sentar a brincar com carrinhos. E vou adormecer feliz.






sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Bebida de Aveia e Queques de Maçã e Canela

Esta foi uma semana particularmente difícil cá por casa. Tive que enfrentar um trauma antigo de adolescência e ir ao dentista (quando tinha 18 anos desvitalizaram-me um dente sem anestesia). Acabei 3 horas de boca aberta, a ter que extrair um dente, que demorou mais tempo a sair que o Dinis no dia do parto, o sacana. O dente, não o Dinis.

Fiquei completamente imprópria para consumo, e nem fui trabalhar no dia seguinte. Felizmente tenho o hábito de ao fim de semana preparar algumas coisas para facilitar a vida durante a semana, e este não foi excepção.

Como já disse aqui, desde que fui mãe deixei de consumir leite de vaca (apesar de consumir derivados). Na maior parte dos dias nem sinto falta, e acabo por beber café preto simples - ainda bem que as vacas não dão café. Mas nas alturas em que me apetece mais qualquer coisa, preparo as bebidas vegetais em casa. Foi assim que esta semana, saiu uma bebida vegetal de aveia, e uns queques de maçã e canela para aproveitar a respectiva "polpa" de aveia que sobra.

Para a bebida de aveia vão precisar de:
  • 100g de flocos de aveia
  • 1.4L de água
  • 1 tâmara
  • essência de baunilha q.b.
Fiz assim:
  • Coloquei a aveia e a tâmara a demolhar em 400ml de água, durante 3 horas. Após esse tempo, escorri bem a água,
  • Coloquei a aveia e a tâmara no robot de cozinha, juntamente com 1 litro de água e umas gotas de essência de baunilha e triturei na velocidade máxima durante 3 minutos
  • Coei para uma garrafa de vidro.


Logo de seguida, fiz os queques de maçã e canela. Vão precisar de:

  • Polpa de aveia demolhada que ficou no coador
  • 1 chávenas de farinha de trigo
  • 1 chávena de farinha de trigo integral
  • 2 maças raladas
  • 2 ovos
  • 2 colheres de sopa de azeite
  • 2 colheres de sopa bem cheias de geleia de arroz 
  • Canela qb
  • 1 colher de sopa de fermento
Fiz assim:
  • Bati os ingredientes todos no robot de cozinha, excepto o fermento
  • Formada a massa, adicionei o fermento e voltei a misturar
  • Coloquei em formas de queques e levei ao forno pré-aquecido a 180graus, durante 15 minutos.


Como a massa deu para bastantes bolinhos, congelei alguns em saquinhos. Assim, se numa semana estiver enrascada com os lanches da creche, é só tirar na véspera e seguir!



Bons cozinhados!


sábado, 3 de dezembro de 2016

Na nossa mesa: Bolinhos de Peixe

No fim de semana passado, pus o forno a bombar, e despachei refeições para uns dias. Fiz um rolo de carne de peru e um peixinho assado que ficou maravilhoso. 




No entanto, tanta comida para duas pessoas e um minion foi coisa para durar. E durou, durou, durou. Até que no fim, sobrou apenas a enorme cauda do peixe. Como não sou rapariga de deitar nada fora, e "Aproveitamento" é o meu nome do meio, comecei logo a magicar uma forma de fazer aquela cauda render para nós os 3. E assim nasceram estes bolinhos de peixe, que ficaram deliciosos!

Vão precisar de:

  • Sobras de peixe (usei red fish e não pesei a quantidade, mas vou colocar uma foto para poderem tentar adivinhar ahah) 
  • 1 batata doce
  • Brocolos a gosto
  • 1 ovo
  • 4 colheres de sopa de amido de milho
  • Temperos a gosto (usei sal e oregãos)
  • Farinha de linhaça ou pão ralado
Fiz assim:

  • Cozi uma batata doce e um molho de brócolos
  • No robot de cozinha (podem usar um liquificador ou a varinha mágica) coloquei o peixe, a batata doce e os brócolos e triturei


  • Adicionei o ovo, os temperos, o amido de milho, misturei e coloquei uma hora no frigorífico
  • Com as mãos, moldei os bolinhos, passei por farinha de linhaça (podem usar pão ralado) e fritei num fio de azeite. 


Avaliação: o homem está ansioso que sobre peixe assado outra vez! :)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Na nossa mesa: Bolo Engana Maridos

Há muito tempo que queria fazer um bolo para os lanches de todos cá de casa, e que cumprisse as (minhas) regras para ir na lancheira do Dinis para a creche. Entretanto, num belo dia, várias condições se reuniram para que este bolinho maravilha saísse do forno cá de casa. Num rupo de culinária a que pertenço no facebook,  apareciam constantemente fotos de bolos desta receita  - o Bolo de Chocolate que Sai Sempre Bem. Eu tinha cá por casa farinha de alfarroba a terminar a validade, e já andava a utilizar em tudo, bolachas, panquecas, bolos de caneca. E por fim, tinha comprado no Celeiro a geleia de arroz de que falei no ultimo post, e que queria muito testar!

Assim nasceu o Bolo Engana Maridos, que foi assim baptizado porque consegui enganar o Pedro, que acreditou que era de chocolate! Homens.

Vão precisar de:


  • 1 chávena (de 250ml) de farinha de trigo 
  • 1 chávena de farinha de trigo integral
  • 1 chávena de farinha de alfarroba
  • 4 ovos
  • 250 ml de leite
  • 125ml de azeite
  • 4 colheres de sopa bem cheias de geleia de arroz
  • 1 colher de chá de fermento para bolos
Fiz assim:

  • Misturei os ingredientes secos (excepto o fermento)



  • De seguida, juntar os 4 ovos e bater





  • Adicionar o leite e o azeite e mexer muito bem, até formar uma massa de bolo uniforme
  • Adicionar à massa a geleira de arroz e o fermento. Bater bastante a massa para o bolo ficar fofinho - dica da minha avó pasteleira!

  • Colocar a massa numa forma untada (eu coloco em forma de silicone porque sou um desastre a untar formas - desculpa avó! - e levar ao forno pré-aquecido a 180º por 45 minutos (depende do forno. Façam o teste do palito!)


Aí está ele, o Bolo Engana Maridos! É um bolo fofo e pouco doce. Se estiverem com muita vontade de pecar, juntem pedaços de chocolate na massa do bolo, ou nozes, acho que ficaria muito bem. Eu não juntei nada, porque pretendo enviar este bolo na lancheira do Dinis. E vai na minha também!